sexta-feira, 19 de abril de 2013

O Clube de Leitura - PALAVRAS AO ALTO

PRÓXIMA SESSÃO
8 de Maio


PALAVRAS AO ALTO
ENSAIOS


Aqui ficam alguns dos bons momentos das sessões anteriores.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

O Clube de Leitura - Tema Livre

O tema da sessão foi LIVRE, pelo que durante uma hora livrámo-nos dos textos e no diálogo nos perdemos, para ajustar os pormenores para o espectáculo final 
- PALAVRAS AO ALTO - a 15 de Junho.







 Depois disso, livremente, todos os presentes colocaram tom na voz e fizeram as 


LeItUrAs InDiViDuAiS


52 Histórias, ACEP e autores - Semana 8 - Era uma vez uma menina
Carmen Ezequiel



Carmen Ezequiel
No livro-agenda são apresentadas 52 histórias (uma por cada semana do ano), que retratam estórias de coragem, dignidade, injustiça e privação, testemunhos de violações dos direitos humanos ou, no pólo oposto, das suas concretizações. Mais de 70 jornalistas, fotógrafos e ilustradores, sobretudo portugueses, contribuíram para esta obra.
Num livro ilustrado evocando uma agenda perpétua, ao longo de 52 semanas são apresentadas 52 histórias, rostos, direitos, geografias de coragem, dignidade, mas também de privação e de injustiça.
Histórias e pessoas como Sónia Ferreira que criou um porto de abrigo para as crianças de rua do Huambo; a Eugénia, redeira de Peniche, que conquistou o direito a descontar; a Lida, tchetchena, que está convicta de que o medo é um vírus, que há que lutar contra o vírus do medo; ou as crianças-soldado no Congo, perdidos na orfandade e nos horrores que lhe impuseram em nome da sua própria sobrevivência. Em 52 semanas, cruzam-se missões do jornalismo, da comunicação sobre o outro, de organizações múltiplas da cidadania, local, global. Por isso esta proposta feita a mais de 70 jornalistas, fotógrafos, ilustradores, de juntarmos 52 histórias, uma para cada semana, um ano de testemunhos de realização ou de violação de direitos humanos, que nos desafiam à compreensão do mundo, do nosso lugar e papel.





Fahrenheit 451, Ray Bradbury
Teresa Salazar


Teresa Salazar
Fahrenheit é contado em um futuro inespecífico em uma América hedonista e anti-intelectual que perdeu totalmente o controle. Recheada de ilegalidade nas ruas, desde jovens jogando carros contra pessoas apenas por divertimento, ao bombeiro ajustando seu cão de caça mecânico para caçar animais em suas tocas, apenas pelo simples e grotesco prazer de assisti-los morrer. Qualquer um que é pego lendo livros é, no mínimo, confinado em um hospício. Quanto aos livros, são considerados ilegais e, uma vez encontrados na posse de alguém, são queimados pelos "bombeiros". Os livros ilegais achados são principalmente obras famosas como Whitman, Faulkner e outros. O protagonista, Guy Montag, é um bombeiro que, seguindo a profissão de seu pai e de seu avô, tem certeza de que seu trabalho (queimar livros e a casa que os abrigam, bem como perseguir as pessoas que os detêm) – é a coisa mais certa a fazer. Ele lembra-se particularmente de uma ocasião de sua infância, quando faltou luz e sua mãe acendeu uma vela: no escuro, a vela proporcionou uma luz estranha, mas na qual Montag se sentiu seguro e confortável.

Uma noite, voltando de seu trabalho, ele encontra sua nova vizinha, Clarisse McClellan, cujo livre-pensamento e espírito questionador o estimula a reconsiderar seu próprio estilo de vida, seus ideais, e sua noção de felicidade.

Depois do encontro com Clarisse, Montag volta para casa e encontra sua esposa, Mildred, dormindo (em camas separadas) com um frasco vazio de comprimidos ao seu lado. Ele liga para ajuda médica, e dois técnicos são mandados para sugar o sangue de Mildred com uma máquina e inserir um novo nela. O total descuido dos técnicos com Mildred faz Montag repensar a situação de sua atual sociedade.

No dia seguinte, enquanto revistava a casa repleta de livros de uma senhora para depois incendiá-la, Montag acidentalmente lê uma linha de um de seus livros, a qual dizia: “O tempo adormeceu sobre o sol da tarde”. Esse trecho o incita a roubar o livro por pura curiosidade, e muitos outros mais tarde. A mulher que se recusa a deixar a casa e seus livros prefere riscar um fósforo e queimar junto com eles, agonizando na combustão. Isso perturba grandemente Montag, que se pergunta porque alguém cometeria suicídio por livros que, ao menos para ele, eram inúteis.

Quando volta para casa achando estar doente, obviamente perturbado com o suicídio da mulher, ele recebe a visita do seu chefe, o Capitão Beatty, que lhe explica as importâncias político-sociais de um bombeiro. O Capitão diz que a sociedade, em sua procura pela felicidade, suprimiu a literatura por um ato de auto-censura e o governo meramente tirou vantagem disso. Beatty diz que eventualmente um bombeiro rouba um livro por curiosidade, mas, se devolvido em 24 horas, tudo ficava bem. Mais tarde, Montag discute com sua mulher sobre os livros, demonstrando seu crescente desgosto por ela e por sua sociedade.

Mais tarde é revelado que Montag escondia dúzias de livros dentro do túnel do climatizador de sua casa, os quais ele tentava memorizar para preservar seu conteúdo, mas falhava porque as palavras simplesmente eram esquecidas de sua memória rapidamente. Necessitando de alguém que o ajudasse, recorda de um homem que encontrou uma vez: Faber, um professor de inglês. O qual começa a lhe ensinar sobre a importância dos livros e do esforço da literatura em tentar conseguir racionalizar a existência humana. Ele também dá a Montag uma escuta onde eles podem se comunicar ao longo dos dias.

Montag retorna ao posto de bombeiros onde trabalha e entrega a Beatty um livro. Durante um jogo de cartas, Beatty fala a Montag ter sonhado que discutiam bravamente com argumentos literários. Beatty também faz várias citações de livros mostrando um surpreendente conhecimento literário, para tentar provar a Montag a confusão de mensagens que os livros podem apresentar. Então soa o alarme da companhia, avisando uma próxima casa a ser queimada. Beatty teatralmente guia sua equipe e para em frente à casa de Montag. Ele revela que sabia todo o tempo de seus livros escondidos, e ordena que o próprio Montag queime sua casa. Montag vê Mildred, que delatou seu segredo, fugindo em um táxi. Com ordem de prisão, Montag queima os livros, mas não contente, queima também os televisores e outras lembranças de sua vida passada. Quando Beatty descobre a escuta de Faber, ele ameaça Montag e isso o deixa transtornado, fazendo-o atear fogo em Beatty e agredir dois outros bombeiros, e por esses crimes logo começa a ser perseguido pelas autoridades, inclusive por um cão-polícia mecânico.

Montag escapa para a casa de Faber, e lá é aconselhado a procurar alguns refugiados que vivem em um lugar fora da cidade onde seria difícil de ser achado. Faber esclarece que tais refugiados são foragidos diplomados de diversas universidades, e que talvez o pudessem ajudar. Montag decide partir ao encontro deles antes que, de acordo com Faber, uma possível guerra tome curso. Lavando-se no meio do caminho para não deixar vestígios para o cão-polícia, ele joga-se rio abaixo onde, mais tarde, encontra o grupo de refugiados. Para a surpresa de Montag, eles contam que criaram uma técnica para salvar os livros: cada refugiado memoriza um livro, conservando seu conteúdo palavra por palavra, queimando-o em seguida para que não seja descoberto; posteriormente, tal memória é repassada a um aprendiz que, após a morte daquele que decorou a obra, prosseguirá com a tradição, até o dia em que os livros não sejam mais proibidos e o que foi memorizado possa ser, novamente, transcrito na forma de um livro. O líder do grupo, Ganger, discursa sobre a legendária fênix e seu infinito ciclo de vida, morrendo nas chamas e renascendo, acrescentando que a fênix tem alguma semelhança com a humanidade, constantemente cometendo erros e não aprendendo com o passado, entretanto o homem poderia aprender ao contrário da condenada fênix.

A essa hora, a guerra já havia começado. Montag vê jatos sobrevoando acima de sua cabeça, para bombardear a cidade. A sua mulher Mildred estaria provavelmente morta, enquanto Faber estaria fora da cidade para tentar encontrar um amigo que teria uma gráfica, para poderem no futuro imprimir alguns livros. Pela TV, fica subentendido que as outras cidades do país também estão entrando igualmente em colapso. É falado que as bombas seriam nucleares, o que dá um tom irônico em um mundo que persegue ideias queimando-as, acabar queimando a si mesmo. Aqui entende-se uma referência à Guerra Fria. No momento da explosão, o stress e a emoção de ver a cidade queimando faz Montag lembrar-se de uma passagem bíblica na hora.

O romance é encerrado com leve tom otimista. É dito que a sociedade que Montag conheceu foi quase totalmente dizimada, e uma nova sociedade estaria nascendo de suas cinzas, com um destino ainda desconhecido. Nesse novo mundo, as pessoas que liam livros de forma outrora oculta começam a revelar-se, explicando a todos os demais de onde vieram de que forma o conhecimento que detem poderá transformar a vida de todos de forma positiva.

fonte: in Wikipédia, a enciclopédia livre



POIESIS VI
Luís Correia

Os textos do Luís não irão ser aqui publicados por motivos que mais tarde saberão.
Por ora, fica o registo de que ele próprio é uma caixinha de surpresas, porque camuflou durante este tempo todo a sua aptidão para a poesia. A continuar esperamos...

Luís Correia
  

Ilha Oriba, adaptação do conto Ilha Azul de Olga Serra Cruz
Marisa Coutinho

Marisa Coutinho




A Marisa é uma doce flor cuja segunda participação nas sessões veio trazer a jovialidade ao grupo. Para além disso, é uma contadora de histórias. Foi o que nos deu neste dia.









Estava a pensar que história ia contar quando ao ouvido me começou a sussurrar:

Ilha Oribaaa

Há muito tempo atrás, há tanto tempo atrás que na altura ainda nem existia tempo, num vale tão belo, mas tão belo que era amarelo, num dos montes, bem no meio de um eucalipto vivia Endi.

Endi tinha no lugar dos olhos dois sóis e um cabelo longo, cor de girassol, até ela cheirava a sol. Com o primeiro raio de sol, com a primeira gota de orvalho, Endi ia, corria rápida como uma flecha, saltava, cantava, ela parecia que tinha asas nos pés para ir até à beira-mar. Endi sabia quem ia encontrar, o seu grande amigo, o velho Jurecê. O velho Jurecê sentado sobre a calçada, sempre solitário e sempre sereno. Poucos no vale simpatizavam com ele, pois ele era tão velho mas tão velho, que ninguém suportava tamanha velhice, mas se havia coisa que sabia era contar histórias.

Uma que contava era a da Ilha Oriba. Dizia que lá tudo era belo, tudo era simpatia, harmonia, só havia espaço para a Alegria.

Por vezes, Endi aparecia triste, e o Velho Jurecê nem precisava de perguntar, pois ele sentia, a idade deu-lhe sabedoria. E sempre dizia:

- Endi, o que se passa? Onde está a tua alegria? Para onde foi? Dessa forma não poderás alcançar a Ilha Oriba, pois lá não há espaço para a tristeza, lá é só Alegria! Deixa a tristeza para lá!

Endi ficava ainda mais curiosa sobre a Ilha Oriba e perguntava:

- Mas… Jurecê, eu quero ir para lá! Qual o caminho?

- Limita-te a ser Alegria, sê tu, simples e alegre com a tua luz, e descobrirás! – Dizia o Velho Jurecê.

Endi ainda mais curiosa ficava e continuava:

- Mas… Qual o caminho? Será que tenho que partir numa aventura encantada para descobrir o mapa? Qual o comboio que posso apanhar? Quanto custa o bilhete para lá?

O Velho Jurecê com a sua serenidade de tanta idade respondia tranquilo:

- Endi, sê tu própria, e um dia descobrirás.

Endi foi viver para outro tronco, mas sempre se lembrava do seu grande amigo Velho Jurecê e da história da Ilha Oriba.

Passaram-se estações, muitas estações, e num inverno, muito frio, fresco como um cristal de neve, Endi sentia-se triste e perdida e pensou em ir visitar o Velho Jurecê. Foi rápida como uma flecha, parecia que tinha asas nos pés, pois já sabia quem ia encontrar à beira-mar! 

O Velho Jurecê encontrava-se tranquilo e sereno à beira-mar, muito conversaram, sobre o que semearam e o que apanharam. Até que, como um raio vindo do céu, Endi lembrou-se da Ilha Oriba!

- Jurecê, meu grande amigo, tu lembraste de me contares a história da Ilha Oriba, mas não me chegaste a dizer onde fica! – Perguntou Endi.

O Velho Jurecê, admirado e sereno como sempre respondeu:

- Endi, ainda não descobriste a Ilha Oriba?

Endi, admirada com a resposta, disse:

- Jurecê, só tu me falaste da Ilha Oriba, então só tu me podes dizer como vou para lá!

- Endi, a Ilha Oriba não se procura. Ela está connosco em cada momento, ela encontra-se. Encontra-se bem dentro de cada um de nós. Às vezes, parece distante, mas está lá sempre. A Ilha Oriba fica no coração de cada um de nós, chama-se Oriba mas é a Alegria de cada dia e todos os caminhos seguem por lá.


Marisa e a sua Endi

a história


Inveja - Mal Secreto, Zuenic Ventura
Paulo Carregosa



Paulo Carregosa
Que pecado, afinal, será esse - que ninguém admite ter, mas todos juram conhecer? Insidiosa, dissimulada e insaciável, a inveja é o mais antigo e actual dos pecados. E também o mais democrático - homens e mulheres, pobres e ricos, todos a têm, ou já tiveram, ou vão ter.

O ódio espuma. A preguiça se derrama. A gula engorda. A avareza acumula. A luxúria se oferece. O orgulho brilha. Só a inveja se esconde.
Com uma narrativa envolvente, acompanhamos o autor em sua árdua missão - a de revelar algumas facetas desse pecado inconfessável. Nesta trajectória cercada de surpresas e revelações pessoais, Zuenir compartilha com o leitor todo o making of de seu livro. De um bate-pernas por dezenas de livrarias de Paris para a compra de uma publicação rara sobre o tema aos bastidores de uma pesquisa de opinião e uma série de entrevistas e visitas a consultórios de psicanalistas, igrejas e terreiros de umbanda, somos convidados a participar de um inusitado jogo com ingredientes de um bom filme de suspense.
Zuenir esbarra em histórias e relatos fascinantes de amor, medo e morte. Logo somos apresentados a "Kátia", uma jovem perturbadora e voluptuosa que o autor conhece num terreiro de umbanda da Baixada Fluminense. Seguindo a trilha de Kátia, protagonista de uma instigante trama de inveja com consequências trágicas, enveredamos por caminhos insuspeitos e acompanhamos, cada vez mais envolvidos, os seus passos, sem sabermos exactamente onde vão dar. No final, cabe ao jornalista abandonar sua posição de um simples narrador - que se deixa levar pelos acontecimentos - e assumir o papel de investigador, elucidando o mistério.

 

Charlie e a Fábrica de Chocolate, Roald Dahl
Graciete Correia e Helena Barros





Helena e Graciete


Chocolate, Joanne Harris
Ana Martins e Fernanda Azevedo




Fernanda e Ana Maria


Com tanto chocolate e a aguçarem-nos o paladar com tão deliciosas palavras, a Fernanda e a Helena trouxeram-nos um maravilhooooso brigadeiro e um licor de ginja!

















Pois... sobrou uma!

PALAVRAS AO ALTO



E, porque o Clube de Leitura em voz alta não é somente ler e partilhar, é algo mais que isso! Bem-Hajam!

quinta-feira, 4 de abril de 2013